Quem sou eu

Olá, sou professora de educação física,graduada pela Universidade Estadual do Pará.Aqui você encontrará as notícias de todos os tipos de esporte praticados nos 4 cantos do mundo, você irá acompanhar tudo que acontece nos mais variados esportes.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Fundamentos Futsal

Fundamentos do Futsal

Os fundamentos são os movimentos específicos de quem joga. Essas competências facilitam e expressam a maneira de cada um jogar. Grande parte destes movimentos é realizada com a bola, como o domínio, o controle, a condução, o chute, o cabeceio, o passe, o drible e a proteção. Outra parte, menor, é realizada sem a bola, como a finta, a marcação e a antecipação, isto é, quem finta, marca e antecipa não está com a bola, mas tem o objetivo de conquista-la ou de toca-la.

Diria que as habilidades acima pertencem aos jogadores de linha. Uma outra parte, inclusive com algumas das habilidades acima citadas, refere-se ao jogo do goleiro. Este realiza pegadas, defesas, saídas de gol, reposições, lançamentos e ainda o jogo de quadra.

A teoria dessas habilidades ou competências se encontra amiúde nos livros de futsal. De minha parte, descreverei, em linhas gerais, com alguma ou outra contribuição, a mesma teoria.

Sugeri, também, algumas considerações quando do ensino das habilidades. Penso que são coisas que o professor deve saber. Entretanto, não escrevi como se deve ensinar, o método, e tampouco a possibilidade da criança pequena, do adolescente e do adulto de se relacionarem com as diferentes habilidades. Em particular, isto deve ser considerado quando da leitura da teoria que se segue. Boa leitura!

  • Domínio

Domínio é a habilidade de recepcionar a bola. O objetivo do professor ao ensina-la é o de levar a criança a recepciona-la com as diversas partes do corpo. Por conta da completude da abordagem do primeiro professor, optarei pelas suas classificações.


Quanto à Trajetória Quanto à Execução (Recepção)
Rasteira Com os pés, faces interna, externa e também com o solado.
Meia-altura Com os pés e a coxa, faces interna e externa.
Parabólica Com os pés, utilizando o dorso e o solado; Com o peito, a coxa e a cabeça.


  • Controle

Controlar a bola é diferente de domina-lá. Enquanto está ação trata-se da recepção da bola, aquela se refere a mantê-la no ar, com toques de uma e de outras tantas partes do corpo, sem deixa-la cair ao chão, é o que chamam de embaixadinhas. O objetivo é manter a bola no ar pelo maior tempo possível.

  • Condução

A condução é quando se leva a bola pela quadra de jogo. Uma regra básica: a bola deve estar próxima do condutor.

Essa condução pode ser feita em linha reta, daí o nome de retilínea. Também em ziguezague, e, portanto, sinuosamente. Sugiro evitar a condução de bola com o solado do pé, a não ser quando a condução for de costas. De frente, é ineficaz. As outras faces para se conduzir são interna e externa.

  • Chute

O chute surge quando do contato do jogador com a bola em direção à meta adversária ou para afastar o perigo de um ataque adversário. O primeiro seria o chute com o objetivo ofensivo. O segundo, com o objetivo defensivo. Logo, chute sempre é a mesma coisa, o que muda é o objetivo.

Alguns fatores interferem na maneira de chutar. A maior parte dos autores diz que, além do equilíbrio e da força, o pé de apoio, que deve estar ao lado ou atrás da bola, o pé de chute, que quanto maior a superfície deste em contato com a bola, maior será a direção do chute e o posicionamento do tronco, que se inclinado para frente, tender-se-á a sair um chute com a trajetória da bola rasteira e, se inclinado para trás, tender-se-á a sair um chute com a trajetória da bola alta, interferem no chute. Entretanto se o jogador estiver com as habilidades básicas constituídas - locomoção, manipulação e estabilidade, não haverá maiores dificuldades para chutar.

Quais seriam as possíveis trajetórias de chute? Rasteira, meia-altura e alta. Como se faz para obter essa trajetória? No primeiro caso, chuta-se em cima da bola, no segundo, no meio e, no terceiro caso, embaixo.

E, já que falamos das trajetórias do chute, quais seriam os tipos, as maneiras de chutar? Com o dorso ou de peito de pé, de bate-pronto ou semi-voleio, de voleio ou sem-pulo, de bico e por cobertura.

Uma rápida explicação sobre cada um deles:

O chute simples: bate-se com o dorso do pé e com a parte interna do pé. Se obedecermos à informação anteriormente descrita, de que a maior superfície de contato do pé de chute na bola interfere na sua direção, logo, será o chute que maior probabilidade de êxito acarretará. Há uma discussão sobre isso, de que não se chuta com a parte interna do pé, que apenas se passa. A meu ver, chuta-se sim. Portanto, o chute simples, pode ser feito com o dorso e com a parte interna do pé.

O chute de bate-pronto ou semi-voleio: chuta-se a bola ao mesmo tempo em que esta toca no chão.

O chute de voleio ou sem pulo: chuta-se a bola ainda no ar.

Ambos, o voleio e o semi-voleio, são chutes refinados e difíceis.

O chute de bico, ao contrário, é o mais fácil. Corre-se até a bola e chuta-se com a ponta do pé. Entretanto, este chute, na maior parte das vezes, por conta da superfície de contato do pé de chute ser pequena, não é muito preciso.

Por último, o chute por cobertura. Chuta-se embaixo da bola a fim de que a mesma ganhe uma trajetória alta.

  • Cabeceio

A exemplo do chute, o cabeceio pode ser ofensivo e defensivo. Mas, ao contrário do chute, mas a exemplo do passe, o cabeceio pode ser cooperativo. Ou seja, quem cabeceia o faz para marcar um gol, para defender a sua equipe ou para passar a bola para um companheiro de equipe.


Portanto, quem ensina a cabecear deve prever as três situações, entretanto, mais as de ataque - cabecear contra a meta e cabecear para alguém.

A exemplo do chute e do passe, o cabeceio pode ter diferentes trajetórias, isto é, pode ser em linha reta, para o alto ou em direção ao chão. O local onde se toca na bola determinará as diferentes trajetórias. Cabeceou-se no meio da bola, ela sai em linha reta. Cabeceou-se embaixo da bola, ela vai para o alto. Cabeceou-se em cima, ela desce.

Quem cabeceia pode estar parado ou em movimento. Neste caso, correndo, saltando, se lançando ao chão - aí se diz que, a exemplo do que acontece no voleibol, houve um mergulho (peixinho). Parado ou em movimento, ao cabecear pode-se direcionar a bola para algum lugar - para frente, lateralmente e para trás.

O básico do cabeceio é o seguinte:

a) acompanhar a trajetória da bola;
b) ir ao encontro da bola;
c) tocar a bola com a testa;
d) manter os olhos abertos;

  • Passe

O passe só acontece quando há duas pessoas. Passa-se quando um alguém envia a bola para um outro alguém. Em geral passa-se a bola com os pés, mas também pode sair um passe com a cabeça, com o peito, a coxa, o ombro.


Abaixo, segue uma classificação que permeia grande parte dos livros de futsal de autores brasileiros. Tal classificação foi feita pelo Ricardo Lucena. Segundo o professor, o passe é classificado quanto à distância, à trajetória (altura), à execução (parte do corpo), ao espaço de jogo (quadra) e à habilidade.

Distância Curto - até 4 m; Médio - 4 a 10 m; Longo - acima de 10 m;
Trajetória Rasteiro, meia altura, parabólico;
Execução Interna, externa, anterior (bico), solado, dorso;
Espaço de Jogo Lateral, diagonal, paralelo;
Passes de Habilidade Coxa, peito, cabeça, calcanhar, ombro, parabólico.

Quando se quer um passe com a trajetória rasteira, deve-se ensinar a bater em cima da bola; quando se quer alto, embaixo e quando se quer meia-altura, no meio.

  • Drible

O drible é feito com posse de bola. Quem dribla, procura, com bola, passar por um adversário. Esse "passar pelo adversário" exigirá, algumas vezes, velocidade, outras apenas mudança de direção, outras, criatividade, ginga e outras ainda, todas estas coisas simultaneamente. Entretanto, uma coisa é certa: o que dificulta a habilidade de marcar é a perda do equilíbrio. Logo, o drible eficaz é aquele que provoca no outro o desequilíbrio.

É possível jogar futsal sem driblar? Penso que sim. Entretanto, em se tratando de futsal, o drible provoca a tão desejada superioridade numérica e, por isso, além de outras coisas, deve ser incentivado.

  • Finta

Finta, ao contrário do drible, é realizada sem bola. Ainda que quem finta esteja sem bola, o faz com o objetivo de obtê-la. Devemos entender que fintar tem o objetivo de levar o jogador a enganar o seu adversário para receber a bola. Outros nomes, dependendo da região do país, são sinônimos de finta: desmarcação, balanço, gato, vai e vem, pique falso.


Aspectos relevantes da finta:

a) Quem finta deve aprender a passar da linha do marcador, ou seja, deve fugir do seu campo visual. Essa atitude, além de desequilibrar quem marca, dificultará ao mesmo controlar a bola e quem se desmarca. Se optar pela bola, quem se desmarca pode receber a bola numa condição favorável, nas costas do marcador. Se optar em acompanhar quem finta, que é o correto, este fintará e receberá a bola com alguma vantagem;

b) Os jogadores precisam aparecer para receber a bola. Para tanto, é preciso leva-las a enganar o adversário. Fingir que vai para um lado e receber a bola do outro. Mudar de direção.

  • Marcação

Quem marca tem o objetivo de desarmar quem tem a bola, tomando-lhe a mesma ou tirando-a; também objetiva impedir que o adversário receba a bola. Quem ensina a marcar tem o objetivo de fazer que essas coisas sejam possíveis.

Dividirei a explicação da técnica de marcação em dois momentos:

(a) quando o adversário está com bola,
(b) quando ele não tem a bola.

No primeiro caso, ensinam-se três coisas básicas:

a) Que se deve aproximar do adversário sem afobação. Ora, evidentemente que se assim não acontecer, isto é, se quem marcar o fizer atrapalhado, aproximar-se de "uma vez", será facilmente driblado;
b) Uma vez próximo do adversário, marca-se em equilíbrio. Consegue-se isso aproximando o centro de gravidade do chão. Basta flexionar as pernas;
c) Que se deve marcar deslocando-se na ponta dos pés e os olhos voltados para o atacante, mas sem perder de vista a bola. Uma regra básica: quanto mais iniciante for o jogador, mais difícil será observar tantos detalhes;

Penso que quem marca, ainda que tenha o objetivo de roubar ou tirar a bola do adversário, poderá não conseguir faze-lo. Outras funções como, por exemplo, atrapalhar o passe e ainda atrasar o ataque são positivas. Basta, para atrasar o ataque, afastar-se, dar passos para trás. A obrigação de quem marca é fazer todo o possível para não ser driblado e ainda evitar que o adversário chute contra a sua meta.


No segundo caso, com o adversário sem a bola, ensinam-se algumas coisas básicas:

a) Quem marca se posiciona entre o adversário e a sua própria meta;

b) Se o adversário se desloca deve-se acompanha-lo, pois ele é quem faz o gol;

c) Se possível, acompanha-lo bem de perto, tocando-o. O toque, por não ser visual, é um recurso indispensável. Aumenta-se, sobretudo, a vigilância.

Com o tempo, e isso já não é mais básico, ensinam-se outras coisas: marcar o pé de passe e chute, fechando o lado forte de saída e ação do adversário; empurrar o adversário contra a linha lateral da quadra, diminuindo o ângulo de passe e chute.

  • Antecipação

Antecipa-se quando se toma à frente do adversário. O professor Michel Saad classifica a antecipação em ofensiva e defensiva. Penso que, quanto aos objetivos, podem ser mesmo distintos: para roubar a bola e iniciar um ataque com uma condução, um passe ou chute; para desarmar, chutando a bola para fora ou sem direção definida; para recepcionar a bola, neste caso, um atacante antecipa o defensor. Em todos os casos, quem antecipa dá à equipe uma vantagem.

Para ocorrer a antecipaçao eficiente deve se observar:

a) antecipar no momento e não antes do passe. Quem é afoito para antecipar pode tomar um passe nas costas. Isto terá uma relação direta com a distância que o marcador está de quem tem a posse de bola;
b) A antecipar utilizando diferentes partes do corpo;
c) A antecipar de ambos os lados.

  • Proteção de Bola

Proteger significa manter a posse de bola quando marcado diretamente por um adversário. Porém, não se trata de drible. Quem ensina a proteção de bola deve seguir três passos básicos:

1º passo: a criança deve se posicionar entre a bola e o adversário. Portanto, ela está com o adversário às suas costas. Em assim fazendo, não expõe a bola a investidas do oponente;
2º passo: não basta estar entre a bola e o adversário, é necessário utilizar o corpo contra este último. Isto impedirá que ele execute o desarme;

3º passo: orientar a criança a não perder espaço, isto é, se estiver perto do gol adversário, seja no centro ou na ala, não se distanciar do mesmo; se estiver no ataque, ainda que distante do gol adversário, não retornar com a bola em direção à meia-quadra defensiva;
Dois professores, Frisselli & Mantovani , acenam com uma técnica para proteger a bola. Na opinião destes, quem protege deve antecipar o lado que o oponente quer entrar a fim de realizar o desarme. A oposição deve ser feita com o tronco e o braço.

  • Goleiro

Apresentamos aqui as habilidades do goleiro. São elas: pegada, reposição, lançamento, defesas altas, defesas baixas, saídas de gol, jogo de quadra.

Podemos dividir estas habilidades acima em ofensivas e defensivas. As ofensivas sinalizam para ações de ataque: reposição, lançamento, jogo de quadra. As defensivas, evidentemente, tentam impedir o êxito do ataque adversário: a pegada, as defesas altas e baixas e as saídas de gol.

Explicarei cada uma delas. Inicio pelas defensivas.

O que é a pegada? É quando o goleiro faz, com as mãos, uma resistência à bola. Quando a bola vem alta, os polegares do goleiro devem voltar-se para dentro. Quando a bola vem baixa e rasteira, os polegares devem voltar-se para fora. E para bolas vindas na altura do tronco, o goleiro deve fazer o encaixe. Lembre-se de que uma pegada pode iniciar um jogo de contra-ataque. Para isso, bastaria um lançamento ou o ainda o goleiro repondo a bola para fora da área para si mesmo.


O que são defesas altas? As que são realizadas da linha do quadril para cima. Enquanto as defesas baixas são do quadril para baixo. Relevante que estas defesas dependerão, minimamente, de duas variáveis: força e velocidade da bola. Observe:

- para bolas fortes e velozes que vêm na direção do goleiro, sugere-se espalmar. Entretanto, deve-se considerar o posicionamento do adversário. Se a bola vier fora do alcance do goleiro, sugerem-se quedas laterais e saltos. Disse quedas e saltos, não acrobacias.

- para bolas fracas e lentas: sugere-se a pegada.

Nas saídas de gol do goleiro, sugiro considerar dois aspectos:

1º O adversário está sem a posse de bola: fazer a cobertura, isto é, sair do gol com a rapidez necessária para encontrar a bola. Para atender à regra, faze-la sem tocar a bola com as mãos. Quanto mais experiente o goleiro, mais fácil selecionar a melhor ação. Por exemplo: chutar a bola para fora, dominar e passar ou dominar, conduzir e chutar ou passar.

2º O adversário está com bola: fechar o ângulo. A idéia é que o goleiro aumente a sua área corporal, dificultando para o atacante a finalização. Dependerá, evidentemente, de uma boa técnica: pernas flexionadas, tronco projetado à frente e também do tamanho do goleiro. Se o goleiro sair do gol, não ser afoito, aproximar-se para depois tentar o desarme. Isto permitirá, por exemplo, que a defesa se equilibre novamente ou que alguém o cubra.

Quanto às ofensivas, inicio pela reposição. Isso acontece quando, com o uso das mãos, o goleiro coloca a bola em jogo na sua meia-quadra. A reposição deve visar um companheiro bem colocado ou um espaço livre. Deve ser feita com segurança, não expondo a equipe a investidas do adversário.

O lançamento é diferente da reposição apenas num ponto: é feito na meia-quadra de ataque. Com a nova regra do arremesso de meta, onde não é necessário repor a bola na sua meia-quadra defensiva, esta habilidade será ainda mais utilizada.

E, por último, o jogo de quadra. Caracterizado pela utilização das habilidades domínio (recepção), passe, chute e drible (se for na quadra de ataque). Tanto melhor se o goleiro for hábil nas quatro. Entretanto, minimamente, precisa ser bom pelo menos em duas: domínio e passe ou domínio e chute.

Historico do Futsal

Histórico do Futsal

Algo parece ser unânime para todos aqueles que se propuseram a transitar pela história do futsal: de que os primeiros passos aconteceram na década de 30 (evidentemente, nada parecido com o que vemos hoje; era mais um futebol jogado na quadra). Mas onde surgiu? Quanto à paternidade, existe certa discordância. Uma corrente defende que foi no Uruguai, mais precisamente na ACM de Montevidéu, onde o professor Juan Carlos Ceriani teria criado as primeiras regras. Essa corrente sustenta que alguns jovens brasileiros foram até lá e, em retornando, trouxeram aquelas. Outra corrente acredita que foi no Brasil, na ACM de São Paulo, onde fora praticado por outros jovens a título de recreação - posição sustentada, inclusive, pela Confederação Brasileira de Futsal (http://www.cbfs.com.br). No que pese a divergência, é inegável que os brasileiros são os maiores responsáveis pelo seu crescimento, expansão e organização.
Nas décadas posteriores, observa-se um crescimento vertiginoso da modalidade. O futebol de salão é praticado, divulgado (década de 40), reconhecido e regulamentado (década de 50). Surgem as Federações Nacionais (ainda na década de 50), a Confederação Sul-americana (década de 60), Brasileira e a Federação Internacional - FIFUSA (década de 70). O esporte ganha então o continente e o mundo, internacionalizando-se e despertando o interesse da FIFA em tê-lo sob seu domínio (na década de 80). No final desta última o Brasil (CBFS) filia-se oficialmente à FIFA (via CBF), que passa a ter uma Comissão responsável pelo futsal. A mudança não significou qualquer perda de autonomia da CBFS. Ao contrário, tornou-a ainda mais forte em todo o território nacional. Quem não gostaria de ter a poderosa FIFA como parceira? Basta lembrar o que ela fez pelo futebol!
Hoje, mais de 130 países são filiados à FIFA, e nos três últimos Campeonatos Mundiais, disputados na Espanha (1996), na Guatemala (2000) e na China (2004), tivemos uma demonstração da penetração da FIFA: houve cobertura da TV, que passou grande parte dos jogos, ao vivo, para muitos países; no último Mundial, inclusive, houve a participação de 16 seleções (países) representando os cinco continentes. Não para por aí: o futsal foi incluído no Pan-americano de 2007, no Rio de Janeiro, e se aproxima do seu maior objetivo, que é se tornar Olímpico. Aliás, por que o futsal não é Olímpico? Difícil de responder. Entre outros fatores ventilados, me parece que a necessidade de o futsal feminino ter de se expandir internacionalmente se tornou a mais pontual. Uma campanha bastante representativa (iniciada em 2003) para que o futsal se torne Olímpico, em 2012, é a da Federação Paulista de Futsal.
Abaixo, descrevo, década a década, as principais características da história da modalidade (pelo menos aquelas que eu pude abstrair das investigações que fiz sobre o tema). Notar-se-á o seguinte: até a década de 50 se jogava futebol de salão sem muito rigor, isto é, sequer havia uma concordância acerca das regras. A partir daí, com a uniformização das regras (o primeiro livro de regras data de 1956, redigido por Luis Gonzaga de Oliveira Fernandes) o esporte se desenvolveu de fato. Outro ponto merece atenção: se considerarmos o enlace com a FIFA, em 1989 (e a fusão futebol de salão/futebol de cinco), que projetou definitivamente este esporte em nível mundial, o futsal teria pouco mais de 15 anos (e a julgar pelo que encontramos no site oficial da FIFA está é a sentença). Mas a rigor mesmo, há toda uma história antes disso que não pode ser desprezada. Quando estive em Fortaleza, onde fica a sede da CBFS, os cearenses me deram uma definição interessante: para eles existe o futebol de salão. A FIFA é que o chama de futsal. Faz sentido. O fato é que havia uma necessidade de o esporte se transformar, se modernizar e isso foi muito bom e bem realizado. Com as alterações nas regras, o esporte apenas se transformou. A FIFA é bem-vinda, pois lhe deu visibilidade internacional.
Década de 30: surge o futebol de salão..
Discordância sobre a paternidade;
Uma corrente defende que o Futebol de Salão surgiu no Uruguai; as primeiras regras foram redigidas em 1933, pelo Prof. Juan Carlos Ceriani e fundamentadas no futebol (essência), basquete (tempo de jogo), handebol (validade do gol) e polo aquático (ação do goleiro); a partir de um curso na ACM de Montivideo, que contou com a presença de representantes das ACMs de toda a América Latina, entre eles alguns brasileiros (João Lotufo, Asdrúbal Monteiro, José Rothier) cópias das regras foram distribuídas e, posteriormente, trazidas e divulgadas no Brasil;
Outra corrente, defendida por Luiz Gonzaga Fernandes, defende que: o Futebol de Salão surgiu no Brasil, no final de 1930, na ACM (SP) onde era praticado por jovens a título de recreação; esses jovens são considerados os precursores do esporte; admite que se jogava futebol em quadra também no Uruguai, mas que não passava de "autêntica pelada"; coube ao Brasil as primeiras normas e regulamentações; o autor é considerado aquele que primeiro organiza e regulamenta a modalidade esportiva de maneira a permitir a prática uniforme;
Em 1936, no Rio de Janeiro (Brasil), Roger Grain publicou normas e regulamentações para a prática do Futebol de Salão, na Revista de Educação Física, nº. 6;
As 1a.s regras surgiram no Uruguai, cabendo aos brasileiros o crescimento, divulgação e ordenação do Futsal.
Década de 40: prática e divulgação do futebol de salão.
Através das ACMs do Rio e São Paulo o Futebol de Salão ganha popularidade, chegando aos clubes recreativos e às escolas regulares;
Em 1942, a prática do Futebol de Salão por adultos é proibida em todas as ACMs Sul-Americanas, pelo alto grau de indisciplina. A ACM (SP) foi a única que desobedeceu;. Nessa década, a Comissão de Futebol de Salão da ACM (SP) realiza vários estudos e observações sobre as regras do esporte, com o objetivo de aperfeiçoá-las;
Década de 50: regulamentação e reconhecimento do futebol de salão e o nascimento das federações nacionais.
Em Abril de 1950 são redigidas pela Comissão de Futebol de Salão da ACM (SP), as novas regras do esporte;
Em 1954 surge a Liga de Futebol de Salão do Departamento de Extensão da ACM, responsável por um campeonato aberto de Clubes e Associações;
Surgem as Federações: Carioca (54), Paulista (55), Gaúcha (56), Cearense (56) e Paranaense (56);
Em 1956, Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes lançou a 1a regra oficial de Futebol de Salão do mundo, adotada posteriormente pela FIFUSA;
Em março de 1958 - Confederação Brasileira de Desportos (CBD) oficializa a prática do Futebol de Salão, fundando o Conselho Técnico de Futebol de Salão, com a filiação das federações e uniformizando as regras;. 1959 - I Campeonato Brasileiro de Seleções, em São Paulo.
Década de 60: expansão da modalidade pela América Latina.
O Futebol de Salão ganha o continente, surge a Confederação Sul Americana de Futebol de Salão, 1969;
São promovidos os primeiros campeonatos Sul-Americanos de Clubes e Seleções;. É promovida a I Taça Brasil de Clubes, 1968.
Principal característica da década de 70: o surgimento da FIFUSA e da CBFS.
O Futebol de Salão ganha o mundo, surge em 25/07/71 a Federação Internacional de Futebol de Salão (FIFUSA), fundada no Rio de Janeiro, tendo João Havelange como 1o presidente;
O Futebol de Salão começa a despertar o interesse da FIFA, que procura a FIFUSA para absorver o esporte, mas com insucesso;
Com a extinção da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) surge em 15/06/79 a Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS), com sede em Fortaleza (CE). O 1o presidente foi Aécio de Borba Vasconcelos;Principal característica da década de 80: a internacionalização do futebol de salão e o surgimento do Futsal.. A FIFUSA passa do Rio de Janeiro para São Paulo;
São promovidos os 1os. Pan-Americanos (1980) e Mundiais (1982) de Clubes e de Seleções;
A FIFUSA organizou 03 Campeonatos Mundiais: 1982 (Brasil), 85 (Espanha) e 88 (Austrália);
Em 23/04/83 a FIFUSA autorizou a prática do Futebol de Salão feminino;
A FIFA promove, em janeiro de 1989, o 1º Campeonato Mundial (1ª Copa do Mundo) de Futsal, na Holanda;
Em 19/01/1989, reúnem-se, em Zurich (SUI), uma comissão da FIFUSA e outra da FIFA e é criada uma Comissão de Integração, cuja maior finalidade era discutir a unificação do futebol de salão (FIFUSA) e do futebol de cinco (FIFA);
Em 14/03/1989, em uma nova reunião, na mesma cidade, por acordo da Comissão, a modalidade passa a ser regida em nível mundial por uma comissão permanente da FIFA; nesta reunião, inclusive, a FIFA mudou no artigo 27 dos seus estatutos o seguinte: chama-se futsal o que antes era chamado de futebol jogado em superfície reduzida;
Em 05/09/1989, é realizada uma nova reunião em Zurich: fica acertado que a FIFUSA, de comum acordo, se dissolveria e a FIFA responderia pelo futsal;
Em 23/11/1989, realiza-se em São Paulo (BRA) uma reunião da FIFUSA com 19 países afiliados para aprovar o decidido em 05/09/1989, isto é, a extinção da FIFUSA e a nomeação da FIFA como a nova comandante do futsal. Para surpresa de todos e liderados pelo paraguaio Rolando Alarcón, membro da Comissão de Integração e, por isso, um dos que concordara com o fato de a FIFA passar a reger o futsal, 12 países votaram contra a deliberação. O Brasil, representando a vontade de suas federações, votou a favor;. Em 02/05/90, o Brasil afasta-se oficialmente da FIFUSA; esta passa a ser apenas uma sigla para a Confederação Brasileira de Futsal.Principal característica da década de 90: a afirmação do Futsal. A FIFA promove os mundiais de 1992 (Hong Kong), 1996 (Espanha) e 2000 (Guatemala);. Surge, no Brasil, em 1996, a Liga Nacional de Futsal;. Alguns dados que deverão, ano a ano, serem superados: o Brasil possui 5000 equipes de futsal, mais de 180 mil de atletas federados, 27 federações, 1672 clubes, mais de 350 atletas no exterior; no mundo, mais de 70 países praticam o futsal; depois do Brasil, os países com maior número de participantes são: Espanha (1 milhão), República Checa (300 mil), Itália (210 mil) e Austrália (120 mil).. O futsal é o esporte com o maior número de praticantes no Brasil;Principal característica da década atual: ?. Em 2001, reúne-se, pela primeira vez, uma Seleção Brasileira de Futsal Feminino;. Em 2002, é promovido o I Campeonato Brasileiro de Seleções de Futsal Feminino. São Paulo foi o campeão. Paraná, o vice. Em 2004, São Paulo foi bi;. Em 2004, a FIFA promove, na China, o seu 5º Campeonato Mundial. A Espanha é bicampeã. O Brasil, pela primeira vez, fica de fora de uma final de Copa do Mundo;. O futsal é incluído no Pan-americano de 2007, Rio de Janeiro;. Boa parte dos jogadores brasileiros que se destacam ou com acesso à dupla cidadania é contrata por equipes de todo o mundo. Dentre os autores brasileiros que escreveram sobre a história do futsal, Vicente Figueirêdo merece ser lido. O autor cearense tem dois livros: A história do futebol de salão: origem, evolução e estatísticas. Fortaleza: IOCE, 1996 e A seleção brasileira através dos tempos. Fortaleza: Edição do autor, 2004.